Breve conversa sobre IMORALIDADE

Em tempos das discussões sobre tudo - e tod@s -, quando há sempre opiniões formadas, fundamentadas ou não, andei pensando numa conversa que constante das mais diversas rodas, onde há pobreza ou riqueza - material ou intelectual: moralidade.

Não é incomum ouvir comentários sobre atos, aprováveis ou reprováveis: ser gentil, falar palavrão, usar saia curtíssima ou um vasto decote, estar bêbado, fumar, ser inteligente, ser religioso, ser ateu, ser homoafetivo, estudar... Enfim, se você se encaixa em um desses perfis, certamente há opiniões formadas sobre você - falando bem ou falando mal. Imoralidade é palavra comum, mesmo quando não dita, pois passa pelos pensamentos de muitos, embora nem sempre seja percebida.

Ocorre que, dia desses, mais uma vez me deparei com uma cena, que hoje de tão comum parece estar banalizada: um grupo de seres (humanos?) morando na rua, das mais diversas idades, visivelmente atingidos pelo uso do crack. Lembrei-me imediatamente da obra de Primo Levi, que questiona "se isto é um homem" quando não há dignidade humana. Pensei que, não havendo dignidade humana alguma ali, eu estava diante não de pessoas humanas, mas apenas de pessoas, objetos em uma situação problemática cuja solução não se enxerga. Por sua natureza, penso que tal situação deveria permear mais as rodas de conversa sobre moralidade, afinal, isso, sim, meus caros, é imoral!

Quando a cena que presenciei é comum, só posso entender que vamos mal. Nós, sociedade, principalmente aqueles que têm oportunidade de intervir no curso da história, não estamos nada bem. 

Pois é... se a pessoa ao meu lado fuma ou bebe, se usa saia curta, se estuda ou se deixa de ir à aula porque quer... confesso que posso viver sem refletir sobre isso. Mas, se um semelhante meu não tem uma casa, eu, enxergando-me nele, não posso estar totalmente bem. 

3 comentários:

Lourdes Teixeira disse...

Muito bom. Perfeito, ví este teu escrito, como uma crônica (atual e pertinente). Além de ser uma chamada reflexiva sobre a nossa "moderna sociedade"
Parabéns, feliz por ter a amizade de pessoas como você.
Bjs.

Ana Lúcia disse...

Muito bem Taissa, orgulho de ser Tia!

Carlos disse...

A justiça portuguesa tem destas coisas. Em 20 de Novembro de 2011, Ricardo Ganhão, com 21 anos, foi assassinado pelo ex-marido da mulher de Ricardo.
O arguido contratou o advogado Helder Fráguas, que foi juiz. Condenação: 11 anos de prisão. Daqui a 5 anos estará em liberdade. Ele estava acusado de homicídio qualificado e poderia levar com 25 anos. Mas quem tem dinheiro para um advogado pode tudo.

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